Paula Mascarenhas

Seis anos depois, Pacto Pelotas Pela Paz se consolida e avança

Paula Mascarenhas
Prefeita de Pelotas

Há seis anos, no dia 11 de agosto, no auditório do IFSul lotado, 68 pessoas se levantaram com vasos de flores nas mãos num ato simbólico que marcava a quantidade de homicídios registrados naquele ano até então. Era um momento importante do lançamento do Pacto Pelotas Pela Paz. Estávamos mobilizados e unidos, como nunca antes, para buscar reduzir os crimes e promover a cultura da paz. Sabíamos que não seria tarefa fácil. Não havia varinha mágica para mudar aquela grave situação do dia para a noite.

Hoje, passados mais de 2.190 dias, se fossemos fazer o mesmo ato, somente 20 vasos seriam levantados. Vivemos numa cidade muito mais segura agora, reconhecida no Brasil e até no exterior pelo trabalho articulado e inovador. Entre 2017 e 2022, reduzimos em 80% os crimes violentos letais intencionais, que reúnem homicídios, latrocínios, entre outros. Roubos a pedestres, outro fator preocupante numa cidade que é polo de uma região, desabou em quase 70% no mesmo período. Números semelhantes se repetiram nos registros envolvendo transporte coletivo, veículos, residências e estabelecimentos comerciais.

Nesta semana, às vésperas de completarmos seis anos do Pacto, o Anuário Cidades Mais Seguras do País 2023 apontou Pelotas como a cidade mais segura do Rio Grande do Sul com população acima de cem mil habitantes. No Brasil, estamos em quarto lugar entre os municípios entre 200 mil e 500 mil habitantes.

Esses resultados não são fruto da sorte. O Pacto foi construído com muito trabalho, dia após dia. Reuniu gente que acreditava que era possível mudar o ciclo da violência e tornar a cidade mais segura e mais humana. Agradeço muito todo o esforço deste grupo de mulheres e homens dedicados à cidade.

O Pacto mudou a lógica de atacar só as consequências e apostou em agir nas causas. Engajou as forças de segurança, Poder Judiciário, Ministério Público e as instituições da sociedade em geral a atuar de forma articulada. A integração evidenciou uma teia social densa, que se desenrolou numa série de fenômenos interconectados e que se tornaram alvo de políticas públicas coordenadas pelo Pacto. Ou seja, ao atacar de forma profunda a violência, o Município se deparou com problemas sociais que precisavam de ações efetivas.

O Pacto reúne mais de 50 projetos de prevenção, que envolvem ações de educação, saúde, assistência social, cidadania, esporte, empreendedorismo e novas oportunidades. Abrange todas as idades em todas as regiões da cidade. Foram buscadas experiências que deram certo em outros lugares do País e do mundo. Criamos outros projetos do zero e que hoje estão sendo replicados em outras cidades.

Trabalhamos com evidências científicas para alcançar, com mais rapidez e objetividade, os resultados. Nas ruas, as Operações Integradas das forças de segurança e fiscalização municipal, que ocorrem diariamente, reforçam a sensação de segurança e atuam para que a criminalidade se mantenha em níveis controlados.

O resultado disso tudo está nas ruas, numa cidade melhor para se viver, com mais qualidade de vida e que todos podem compartilhar. Estamos felizes com as nossas conquistas, mas sabemos que não podemos parar por aqui. Com a violência não há folga, temos que nos manter vigilantes e atuantes. Do contrário, toda nossa trajetória terá sido em vão. Os pelotenses reconhecem que conseguimos virar o jogo e querem que o Pacto seja reforçado, se consolide e avance como uma política pública constante e eficaz pelos anos afora.

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