Editorial
Sobre erros, ofensas e falta de diálogo
Incapaz. Mal intencionado. Burro. Tendencioso. Incompetente. Estas são expressões que o leitor do Diário Popular não lerá em suas reportagens ou Editoriais para classificar agentes públicos. Sejam quais forem. Tenham eles agido ou não de forma a, supostamente, serem dignos de adjetivos tão fortes. E essa postura advém de norma interna simples: ao invés da ofensa e do atrito, busque-se a troca entre ponto e contraponto. Afinal, erros podem acontecer, equívocos podem ser cometidos e classificar alguém de tal forma é desconsiderar tal hipótese. É jogar à margem, no mínimo, o direito ao contraditório e a uma explicação sobre os motivos que possam levar a tanta virulência nos atributos.
Ao longo da história, incontáveis foram os repórteres do DP que acompanharam a política local. Na imensa maioria das vezes, felizmente, em relação absolutamente respeitosa. Firme, incisiva, fiscalizatória - como exige o Jornalismo -, porém, sempre pautada pelo diálogo. Em alguns outros momentos, no entanto, isso não ocorreu. Já passaram pela Redação - e alguns destes continuam - repórteres cujos trabalhos foram mais do que criticados, sendo duramente atacados e desqualificados por prefeitos, vereadores, secretários e toda sorte de assessores que os rodeiam. E, ainda assim, jamais o Jornal rebateu com termos como os que abrem este Editorial.
Tal como políticos, jornalistas não estão imunes a erros. Tomam, diariamente, o máximo de cuidado para evitá-los e, diga-se, têm sucesso. Não fosse assim, a sociedade - incluindo agentes públicos - não buscaria informações nos veículos de comunicação. Tampouco contaria com eles para dar repercussão às suas ações. Mas, ainda assim, repórteres, editores, fotógrafos podem se equivocar.
Ao cobrir política e poder público, as chances de haver ruído ou falha na informação são reduzidas com transparência nos atos e prestação de contas destes. O que inclui publicação de documentos claros e entrevistas de quem está no poder, por exemplo. Decidir não falar, não dar explicações ou nitidez a ações e pontos de vista, é caminho equivocado. E que piora ao descambar para as acusações à imprensa e ao assédio a jornalistas. Como os ocorridos ontem, na Câmara de Pelotas, quando uma repórter do DP foi obrigada a ouvir os adjetivos já citados. Profissional que, nos últimos meses, já foi alvo de outras acusações descabidas dentro do Legislativo, mas que mesmo assim se manteve presente às sessões, dando voz aos que se dispõem a falar e sustentar posições. Informando a população, como é missão do Diário Popular.
Acertando e, eventualmente, errando, o Jornal está sempre aberto às críticas. Mas não ofende ou tolera ofensas. Sobretudo a uma repórter, mulher, que, tal qual o Jornal e seus editores, jamais se negou a discutir e ponderar sobre o que é ou será publicado.
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