João Neutzling Jr.
Benjamin Franklin, o iluminado!
Por João Neutzling Jr.
Economista, mestre em Educação, auditor estadual, pesquisador e professor
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Poucos homens deram uma contribuição tão grandiosa para a humanidade e para seu país quanto Benjamin Franklin (1706-1790). Se você não lembra dele, basta olhar para a nota de cem dólares que lá está a imagem.
Nascido em 17 de janeiro de 1706, começou a trabalhar como jornalista em Boston, onde editou o famoso "Almanaque do Pobre Ricardo", em 1732. Em 1731, construiu a primeira biblioteca da Filadélfia. Em 1752 elaborou o primeiro para-raios, óculos bifocal e criou o corpo de bombeiros nos Estados Unidos. Também ajudou a criar o sistema postal americano, o que fortaleceu muito a integração nacional.
Apesar de ter escravos em sua propriedade, quando retornou de uma viagem à Inglaterra, em 1762, tornou-se um abolicionista radical, defendendo o fim da escravidão em toda a América. Foi figura estratégica na liderança da Revolução Americana e assinou a Declaração da Independência (1776), o Tratado de Paz (1783) e a Constituição (1787) documentos essenciais na criação dos Estados Unidos da América.
Franklin desejava "a América como uma nação em que as pessoas, independente do nascimento ou classe social, poderiam subir até alcançar a riqueza e o status social, baseadas na disposição de serem trabalhadoras e cultivar as virtudes (Walter Isaacson, 2015, p. 154).
Foi embaixador dos Estados Unidos na Inglaterra, onde observou que "a cidade de Londres, com 750 mil habitantes, era uma cidade de ruas estreitas e sujas, cheia de doenças e com ruas repletas de prostitutas, mendigos e crimes, com péssima condição sanitária. Havia uma classe dominante de aristocratas (proprietários de extensas propriedades rurais) e uma imensa classe de trabalhadores que enfrentavam jornadas de trabalho exaustivas de mais de 12 horas/dia com péssima remuneração e famílias com numerosos filhos". Cenário que iria deixar Karl Marx horrorizado mais adiante.
Durante sua permanência na Inglaterra, defendeu as políticas comerciais dos Estados Unidos, além de fortalecer os laços diplomáticos entre ambos países. Porém, os mercantilistas britânicos eram contrários ao desenvolvimento da manufatura em antigas colônias. Depois, ainda serviu como embaixador na França.
Seu trabalho foi tão admirado no outro lado do Atlântico, na Inglaterra, que o economista Adam Smith (1723-1790) citou seu trabalho na obra A riqueza das nações (1776) como exemplo de ação pública em prol da sociedade.
Franklin foi um maçom atuante, participando de inúmeros projetos assistenciais que enfatizavam a educação pública para todos como elemento chave de uma sociedade justa e desenvolvida. Em 1732, ajudou a criar a loja da Filadélfia e tornou-se Grão-Mestre da ordem.
Uma de suas biografias mais completas, Benjamin Franklin - Uma vida americana, foi escrita por Walter Isaacson e publicada no Brasil em 2015 pela Cia. das Letras. Sua leitura é uma viagem no tempo, mostrando a formação dos Estados Unidos como nação, os conflitos internos, a conquista de território (muitas vezes de forma criminosa) e o papel de Franklin na história.
Os Estados Unidos não seriam o que são hoje como nação se não fosse o trabalho de homens visionários como Franklin.
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