João Neutzling Jr.
Trezentos anos de As quatro estações
João Neutzling Jr.
Economista, bacharel em Direito, mestre em Educação, auditor estadual, professor e pesquisador
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Antonio Lucio Vivaldi nasceu em 4 de março de 1678, século 17, em Veneza, Itália. Destacou-se como músico e compositor do estilo barroco. Desde jovem, tomou aulas de violino mostrando grande talento e virtuosismo. Foi ordenado padre aos 25 anos em 1703 de modo a se dedicar unicamente às atividades religiosas e à música. Mas, gradualmente, foi abandonando a vida religiosa.
Compôs centenas de peças, incluindo sonatas, cantatas, árias, óperas, sinfonias, entre muitas outras. No total, foram quase 500 composições, sendo a maioria para violino. Em 1723, veio a lume sua obra-prima: As quatro estações (Le quattro stagioni), um conjunto de concertos para violino e orquestra. A obra faz referência às estações climáticas do ano abrangendo a primavera (La primavera), verão (L'estate), outono (L'autunno) e inverno (L'inverno).
Na primavera, o mais famoso de todos, o concerto é composto pelos movimentos Allegro (em mi maior), Largo (em dó sustenido menor) e Allegro Pastorale (em mi maior). Uma composição onde o violino brilha na execução, conduzindo o ouvinte a um passeio pelo que havia de melhor no cenário musical barroco da época. Esta composição musical é até hoje amplamente usada em filmes e peças de publicidade, dada sua versatilidade.
Na sequência, o Concerto nº. 2 em Sol Menor (verão), Concerto nº. 3 em Fá Maior, op. 8, RV 293, (outono) e Concerto nº. 4 em Fá Menor, op. 8, RV 297, (inverno).
O compositor alemão J. S. Bach, impressionado com sua música, adaptou várias obras de Vivaldi para seu repertório. Não se sabe se ambos se conheceram pessoalmente, mas viveram na mesma época. Vivaldi também viveu na mesma época que o físico inglês Isaac Newton (1643-1727), o matemático e físico alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) _ verdadeiro gênio da humanidade _, o escritor inglês John Locke (1632-1704), entre outros.
Ele transferiu-se para Viena, na Áustria, por volta de 1730, onde sua obra era muito apreciada na corte do imperador Carlos VI (um mecenas apaixonado por música barroca). Mas o imperador faleceu em 1740 e as portas da corte se fecharam para ele. Não conseguiu retornar para Veneza, onde teve desentendimentos com a cúpula da Igreja Católica, pois passava mais tempo envolvido com a música do que em sua atividade sacerdotal.
Faleceu em 28 de julho de 1741, aos 63 anos, de forma inesperada, e foi enterrado em uma vala comum na obscuridade. Como era celibatário, Vivaldi não teve filhos. Ao menos oficialmente. Sua obra caiu no esquecimento, tal como Bach, sendo apenas resgatada no início do século 20 graças ao trabalho do maestro italiano Alfredo Casella, que redescobriu a grandiosidade do repertório de Vivaldi.
No Brasil, a editora Abril lançou em 1968 a coleção Grandes Mestres da Música Universal, onde Vivaldi era um dos compositores. A coleção foi relançada outras vezes com excelente venda no País.
Fazer música qualquer um faz. Agora, criar uma composição que é ouvida, admirada e apreciada há 300 anos não é para qualquer um. O cara tem que ser gênio, e o Antônio era.
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