Francisco Turra

Um alerta para a desinformação

Francisco Turra
Presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e ex-ministro da Agricultura

A ideia de notícia privilegiada nos atrai tanto quanto aquela que tem consequências severas para outros. É algo humano, instintivo. E é assim que uma fake news ganha força. Quanto maior o escárnio, maior o interesse "público" e disseminação.

Neste contexto entra a racionalização das ideias e o entendimento de que toda informação precisa ser corretamente processada. Mesmo que seja verdadeira, a ponderação e a moderação devem ser cláusula pétrea na apresentação ao público.

Esta é uma grande preocupação para a indústria de alimentos. Escaldados pelas notícias falsas do passado, como a absurda história da "carne de papelão", que vingou em uma operação que, por princípio, objetivava combater estritamente corrupção. Para quem produz e para quem consome, o trato correto da informação faz toda a diferença.

A cadeia de proteína animal do Brasil tem um trabalho altamente profissional, voltado para o controle absoluto de qualidade e sanidade dos plantéis. Isto fez o País despontar como líder global de exportações. Entretanto, mesmo todos estes cuidados não isentam dos riscos.

Nos últimos dias, vimos uma notícia sobre a doença da "vaca louca" ganhar manchetes, com a confirmação de um caso atípico (e sem riscos ao consumidor) no Pará. Ao mesmo tempo, o noticiário está em alerta para noticiar eventual ocorrência de influenza aviária no País, diante dos registros em nações vizinhas. Sempre é bom lembrar que o Brasil não tem no plantel comercial casos de influenza aviária.

Como setor, não estamos isentos de problemas, mas é preciso um alerta que este é um problema para as aves, não para o consumidor. Não há risco no consumo dos produtos, que seguem com os mesmos níveis de segurança alimentar para seres humanos.

Aos brasileiros, fica o conselho de sempre: lave as mãos e utensílios para alimentos com água e sabão, além de cozinhar tudo adequadamente. Para as mídias, deixo minha angústia: leva-se anos até a conquista de um novo mercado. Para perdê-lo, porém, basta um sopro de desinformação.

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