Discussão

Vereadores pedem posicionamento da Prefeitura após denúncias

Cobrança vem após postura de secretário, que foi até a Câmara questionar parlamentar

Foto: Fernanda Tarnac - O presidente da Câmara, vereador César Brisolara (PSB), disse que a Casa ainda não recebeu nenhum contato do Executivo

Os vereadores de Pelotas cobraram na quinta-feira (5) um posicionamento da Prefeitura após o episódio de quarta-feira (4), quando o secretário de Assistência Social Tiago Bündchen entrou na Casa Legislativa sem se identificar para questionar o vereador Cauê Fuhro Souto (UB), que citou denúncias contra a pasta. O vereador diz ter recebido denúncias de desvios de recursos, assédio sexual e abuso de poder político nas eleições do Conselho Tutelar que seriam passíveis da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

A sessão de quinta-feira (5), que foi a última da semana, começou somente à tarde após a realização de uma audiência pública e foi suspensa após parlamentares se manifestarem em desagravo ao vereador Fuhro Souto cobrando um posicionamento do Executivo após a postura do secretário Bündchen, que foi considerada intimidatória.

O presidente da Câmara, vereador César Brisolara, o Cesinha (PSB), disse que a Casa ainda não recebeu nenhum contato do Executivo. "Os vereadores estão se perguntando até que ponto, cumprindo o dever deles, não vão ser ofendidos ou agredidos", disse, reitarando que o secretário entrou na Casa sem se identificar. "Os vereadores estavam se questionando, se o secretário perde a cabeça de tal maneira de invadir um outro poder, o que será que não faz com servidores quando perde a cabeça?", diz Cesinha. "Será que ele perde a cabeça muitas vezes durante o mês?", questiona.

Marcos Ferreira, o Marcola (UB), líder do governo na Câmara, lamentou o acontecimento de quarta. "A gente aguarda uma manifestação por parte da senhora prefeita direcionada a esta Casa, no sentido de que possamos repactuar a paz, ter tranquilidade", disse.

"Aguardamos do Poder Executivo a manifestação oficial a esta Casa para que possamos manter o diálogo permanente, a boa convivência entre os poderes", disse Paulo Coitinho (Cidadania).

As provas das denúncias que Cauê Fuhro Souto diz ter recebido ainda não foram compartilhadas com o outros colegas. Segundo Cesinha, a orientação é de mantê-las em sigilo para preservar sua segurança nesse momento. "Não tem como o vereador fazer algo se, minimamente, não tem segurança para exercer o trabalho dele", diz o presidente do Legislativo. "A relação com a Prefeitura sempre foi de muito respeito, há divergências, mas isso é natural. Não é um fato interpretativo, é uma ação intimidatória contra um vereador. Imagina se numa reunião dos secretários fosse algum vereador com dedo em riste interpelar um vereador? É só a gente inverter esse papel, foi isso que ocorreu", diz Cesinha.

Questionada pela reportagem, a Prefeitura disse que não iria se posicionar por não ter acesso à denúncia. A gestão também não se manifestou a respeito do comportamento do secretário que, na quarta, disse desconhecer as denúncias e se desculpou 'caso algum vereador tenha se sentido afrontado'.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Denúncias contra Secretaria de Assistência Social podem virar CPI Anterior

Denúncias contra Secretaria de Assistência Social podem virar CPI

A um ano das eleições, movimentos se intensificam Próximo

A um ano das eleições, movimentos se intensificam

Deixe seu comentário