Perrengue
Caminhoneiros enfrentam longa espera para entrar e sair do Brasil
Fila no acesso ao Porto Seco Rodoviário de Jaguarão ultrapassa os mil metros às margens da BR-116
Foto: Pupu Menna Barreto - Pelo menos 150 caminhões aguardavam às margens da rodovia
Transportadores estão enfrentando longas filas enquanto aguardam liberação de suas cargas de importação e exportação em Jaguarão, na fronteira com o Uruguai. A passagem de caminhoneiros de um país para outro depende da fiscalização aduaneira e a falta de equipes tem feito com que a espera chegue a 30 dias em alguns casos. O problema é ainda maior para transportadores de derivados animais e vegetais, em especial de laticínios, que dependem também de liberação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Segundo relatos de motoristas na entrada do Porto Seco Rodoviário (PSR), no acostamento da BR-116, a liberação para a passagem do Brasil ao Uruguai é de cerca de sete dias. Já para as importações de leite em pó, os transportadores relatam uma demora de 20 a 30 dias para que toda a fiscalização seja realizada.
Para atravessar cargas entre Uruguai e Brasil, ou vice-versa, os transportadores precisam passar pelo Porto Seco de Jaguarão. O local, porém, enfrenta uma superlotação em seu pátio, que tem vagas para 180 caminhões. O resultado é a fila na rodovia, que na tarde de sexta-feira passava dos 1,2 mil metros, e mais de 150 caminhões estavam do lado de fora do PSR.
Além dos transtornos e desconforto para os motoristas, que aguardam dias sem uma estrutura mínima, há ainda o risco para o trânsito diante da quantidade de caminhões estacionados no acostamento. Com a perspectiva de chegada de mais cargas do Uruguai, a fila deve aumentar nas próximas horas.
Simplificação para acelerar
Na tentativa de manejar a situação, a Receita Federal instituiu medidas de contingência buscando agilizar a passagem de exportações, incluindo a simplificação do processo a partir da segunda. Agora, cargas que sairão do Brasil para o país vizinho serão processadas em uma outra área, liberando o PSR para as importações.
Já para as importações, a expectativa é de retirar os caminhoneiros da BR-116 para uma via paralela. Com a iniciativa, a liberação de produtos de origem animal ou vegetal deverá demorar em média dois dias.A Receita diz ainda que todas as alternativas para acelerar os trâmites que dependem do órgão já foram implementadas, mas que a liberação de cargas depende também de outros agentes.
O presidente da Associação dos Despachantes, Exportadores e Transportadores de Jaguarão e Rio Branco, Felipe Seabra, diz que as medidas irão agilizar o processo, com a expectativa de não haver mais filas já na quarta-feira. Sobre a demora, Seabra afirma que não chegam a 30 dias, e que o trâmite mais demorado é de 10 a 15 dias. “Normalmente, uma importação não leva mais do que cinco dias”, explica. “Todos os órgãos envolvidos, tanto do lado brasileiro quanto do Uruguai, estão procurando soluções para que se volte à normalidade o mais rápido possível”, afirma.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário