126 anos do Diário Popular
Com 74 anos e um espírito de 30
A idade não é empecilho para fazer coisas novas, desafiar o corpo e a mente
Iolanda Scheffer e José Adão Duarte. Um é morador do Capão do Leão, outro de Pelotas. Eles não se conhecem, porém, possuem duas características em comum: idade e vitalidade. Ambos aos 74 anos esbanjam vitalidade e uma agenda diária de atividades de causar inveja aos mais jovens.
Basta olhar dona Iolanda para perceber que ela é o tipo de pessoa que tem gosto pela vida. Religiosa, toda manhã ela agradece a Deus a oportunidade de poder levantar da cama. Três vezes por semana se desloca do Capão do Leão até Pelotas para malhar, hábito que se tornou rotina desde 2008, pois os exercícios a ajudam a minimizar os problemas de saúde e acabaram com as dores nas articulações. Segundo a instrutora responsável por montar o treino de Iolanda, Caini Moura, a aposentada raramente falta às aulas, nem mesmo o mau tempo é desculpa. Além disso, Iolanda gosta de ser desafiada, treina pesado, os exercícios são tanto de força, quanto funcionais.
Entretanto, superar os exercícios da academia é tarefa fácil, levando em conta o que ela já enfrentou na vida. Uma verdadeira guerreira. Conta orgulhosa que ajudou a construir a casa onde mora, criou os três filhos, se separou de marido e ainda ajudou a criar dois dos cinco netos, depois da morte de uma filhas em um acidente de carro.
Na época, as crianças eram pequenas. A mais nova, Karina tinha apenas 12 dias e Tiago, um ano e três meses. Os netos cresceram e, assim como os filhos, foram viver suas próprias vidas, muitos em outros estados. Então, Iolanda que sempre gostou de estar perto de pessoas jovens resolveu alugar os quartos vagos para estudantes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Poder compartilhar a casa e cultivar o jardim e o pomar, plantados com a ajuda do neto Tiago, são as maiores alegrias da aposentada. Iolanda dedica horas do seu dia em meio aos verdes para podar, limpar e colher os frutos espalhados pelo pátio. Ela está tão bem consigo mesma, com a sua idade, a sua mente e o seu corpo que sobe em árvores, sem medo, parecendo uma criança. Como se altura fosse apenas mais um desafio da academia.
As lições do volante para a vida
Já o eletricista José Adão Duarte, morador do Fragata, em Pelotas, não faz academia, porém, não consegue ficar sem fazer nada. Para ele, ficar parado é sinônimo de enferrujar. Duarte dedica a maior parte do seu tempo a arrumar a casa, onde já trocou sozinho o forro da área de convivência, e também aproveita ao máximo o tempo com a família, principalmente os netos e bisnetos.
Pensando no bem da família e em ajudar a esposa, vendedora de cosméticos, ele voltou à sala de aula. Em 2012, aos 71 anos, foi o primeiro pelotense a se inscrever e retirar a Carteira Nacional de Habilitação na categoria ACC - permissão para dirigir ciclomotor.
Duarte habilitado tanto na categoria B, permissão para condução de veículos de quatro rodas, quanto na ACC, relata não ter medo de pegar a estrada, de acordo com ele a idade não é um empecilho, pois está bem de saúde e ainda não consegue se sentir com os 74 anos.
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