Discussão

Com ambulantes nas ruas, comerciantes reclamam de concorrência desleal

Número de camelôs aumenta no Centro, enquanto Pop Center apresenta bancas vazias

Foto: Carlos Queiroz - DP - Comerciantes consideram que os camelôs no calçadão prejudicam quem paga aluguéis e impostos para ter seu espaço

O grande número de ambulantes vendendo mercadorias no Calçadão de Pelotas volta a gerar reclamação, em especial pelos comerciantes que trabalham no Pop Center. A principal queixa é pelo fato de que os camelôs atuam de maneira irregular, sem qualquer tipo de autorização e sem se sujeitarem a impostos, como quem atua dentro da legalidade. Esse problema, no entanto, revela um outro lado: a dificuldade encontrada por quem busca trabalhar dentro da lei.

Um comerciante, que trabalha no ramo há mais de 20 anos e possui banca no Pop Center, cobra que haja mais fiscalização sobre quem trabalha ilegalmente, ao mesmo tempo em que se facilite o acesso para quem quer vender. "É um pessoal que necessita trabalhar assim como nós. Muitos já tiveram banca no Pop Center e não conseguiram arcar com o aluguel caro e as taxas e voltaram para as ruas", diz.

"Estamos pagando o metro quadrado mais caro da cidade", reclama, dizendo que o espaço de 2 x 2 metros custa R$ 190 por semana, além de um valor mensal de R$ 210 pela manutenção do espaço, somando quase R$ 1 mil. "Nós, que somos reféns e não queremos trabalhar na rua, temos que nos sujeitar a essas taxas abusivas".

Foto: Carlos Queiroz - DP


O gerente de uma loja no Calçadão de Pelotas, próxima de locais em que camelôs se instalam, avalia que a condição de quem trabalha ilegalmente prejudica os comerciantes que pagam aluguéis e impostos elevados para poder trabalhar. "Foi tirado o pessoal da outra vez, e até melhorou o movimento para nós, só que agora estão todos de novo na rua. Tá bem complicado. Vendem a mesma mercadoria que a gente, que tira nota fiscal e faz tudo certinho, e o consumidor acaba procurando o menor preço. Deveria ter uma fiscalização melhor", relata.

Ele pondera, no entanto, que o problema não é quem trabalha na rua buscando seu sustento, e sugere que se criem meios para facilitar a legalização de quem busca abrir um negócio. "É melhor estar tentando vender do que roubando. O problema todo está no camelódromo, o pessoal não poder pagar", diz, mencionado casos de pessoas que tiveram que fechar suas bancas por não conseguir pagar o valor elevado do aluguel.

Sobre o controle do comércio ilegal, a secretária de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana (SGMU), Carmen Roig, afirma que a fiscalização é feita com apoio da Guarda Municipal, com a apreensão de produtos como cigarros e perfumes. Segundo ela, a fiscalização será intensificada na próxima semana e a formação de novos guardas municipais aprovados em concurso vai permitir um aumento na fiscalização.

A administração do Pop Center classifica a presença dos ambulantes como um desrespeito a quem trabalha "de forma regular e ordeira". No Pop Center, há 502 bancas. Atualmente, 30 estão desocupadas.

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