Luto

Comunidade perde Alexandre Carriconde Marques, o professor Sapinho

Figura importante na Esef/UFPel e no estímulo à prática de atividades físicas para pessoas com deficiência, professor faleceu nesta quarta (21) aos 63 anos

A comunidade pelotense perdeu nesta quarta-feira (21) uma das figuras mais importantes no estímulo ao esporte e aos cuidados com a saúde de pessoas com deficiência. Aos 63 anos, em decorrência de um câncer, morreu o professor Alexandre Carriconde Marques, o popular professor Sapinho.

Docente da Escola Superior de Educação Física (Esef/UFPel), Alexandre se formou na mesma instituição em 1983. Dedicou boa parte da vida a trabalhos acadêmicos dentro da Esef. No ginásio do local, foi velado durante a tarde e o início da noite desta quarta.

Além de graduado em Educação Física, o professor tinha mestrado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutorado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Atuava na área de Atividade Física e Saúde relacionada para pessoas com deficiência, atuando principalmente com esporte, atividade física, Transtorno do Espectro Autista, Síndrome de Down, natação e atividades de aventura. Desenvolveu o Projeto Carinho.

O legado permanece

Professor da Esef e coordenador tanto do Laboratório de Estudos em Esporte Coletivo (LEECol) quanto do projeto Vem Ser Rugby, além de Pró-Reitor de Extensão e Cultura da UFPel, Eraldo Pinheiro fala com propriedade sobre o legado deixado pelo parceiro.

“Era uma pessoa muito prestativa. Fez pela Esef, como diretor, o que poucas pessoas fizeram. Ele conseguiu fazer com que a comunidade se unisse em prol de uma faculdade de Educação Física forte. Muitas coisas que acontecem hoje, no âmbito da Educação Física, têm o empenho direto do Alexandre”, afirma, citando também o legado deixado pelo professor Sapinho no esporte adaptado.

O professor Rafael Mello Martins, do Cerenepe desde 2006, vivenciou grande parte da trajetória do Projeto Carinho. "Ele nunca foi um defensor das escolas especiais por si só. Ele sempre pegou pela inclusão, que o aluno estivesse na rede regular de ensino. As escolas especiais hoje são centros de apoio. Andamos bastante, felizmente", afirma, sobre Marques.

Oferecendo aulas de dança e natação para alunos do Cerenepe, Sapinho facilitava também o trabalho dos professores de Educação Física das escolas voltadas a jovens com deficiência, com base no desenvolvimento social e cognitivo, explica Rafael.

"Ele é pioneiro. Tudo que existe hoje na cidade, mesmo sem ter sido alinhavado por ele, aconteceu por causa dele. A prefeitura hoje tem um projeto de fazer jogos, como o Jepel, com jogos paradesportivos. A cidade se movimentou a partir do momento que viu aqueles alunos na vitrine. O Paradesporto que existe hoje na prefeitura tem sim o legado do professor Alexandre", complementa o professor do Cerenepe.

Rafael foi aprovado na seleção para o mestrado ainda em 2022. O tema de estudo será justamente voltado à prática de esportes para pessoas com deficiências. O orientador seria Alexandre.

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