Protestos
Dia de Greve Geral deve ter grande adesão em Pelotas
Nesta sexta-feira, ônibus não circularão, bancos ficarão fechados e universidades não terão aulas
Dia de Greve Geral nesta sexta-feira (28), em todo o país, promete ter forte adesão em Pelotas. Não haverá ônibus nas ruas desde às 4h, sem horário definido para retorno. Agências bancárias de portas cerradas. Trabalhadores do comércio engajados. Instituições de ensino públicas e privadas paralisadas. Expedientes interno e externo suspensos na Justiça do Trabalho. A mobilização contra as reformas Trabalhista e da Previdência devem ganhar força em toda a região. Atos, marchas, piquetes e bloqueio de rodovias devem movimentar a Zona Sul neste 28 de abril.
Em Pelotas, na quarta-feira (26), o dia foi de articulação das manifestações que devem começar já nas primeiras horas da manhã. O apelo das centrais sindicais, em todo o Brasil, é para que homens e mulheres, da iniciativa pública ou privada, trabalhadores ou patrões unam-se ao movimento. As reformas propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB) não irão impactar apenas a classe trabalhadora. É o chamamento que se propaga pela garantia de direitos, duramente, conquistados.
Na prefeitura, anúncio foi de corte do ponto
Os servidores da prefeitura devem paralisar as atividades. Ao menos, é a orientação do Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp). Em material divulgado à imprensa, a entidade reforçou: “Estas lutas são para manter o presente, garantir o futuro e dele não se abre mão, nenhum direito a menos. Portanto, todos devem se somar neste dia de Greve Geral”, enfatizou a presidente, Tatiane Rodrigues.
Em memorando distribuído às Secretarias, na terça-feira, o governo adiantou o corte de ponto e espalhou indignação entre a categoria, principalmente, entre os trabalhadores da Educação que, necessariamente, recuperam os dias paralisados em respeito à legislação. No documento, a determinação é clara: ... como o salário é remuneração pela prestação dos serviços, os servidores que aderirem à paralisação deverão ter o corte do ponto e o respectivo desconto nos seus salários.
Na quarta-feira, à tarde, o secretário de Gestão Administrativa e Financeira, José Francisco Cruz, confirmou que a ordem ainda era para cumprir o memorando, mesmo com a informação de que não haverá transporte coletivo à disposição da comunidade para o deslocamento aos seus compromissos. “Estamos aguardando uma decisão do gabinete, para verificar se haverá alguma definição diferente”, disse o secretrário.
Confira os serviços que devem paralisar nesta sexta-feira
- Ônibus: o transporte coletivo para de circular na madrugada de sexta-feira às 4h, e não tem hora certa para voltar às ruas de Pelotas.
- Bancos: as agências, principalmente da área central, devem permanecer fechadas. A mobilização deve afetar bancos públicos e privados.
- Comércio: o Sindicato dos Empregados no Comércio de Pelotas (Secpel) intensificou, na quarta-feira, o contato direto tanto com os consumidores, no calçadão, quanto com a própria categoria. O chamamento é para que os comerciários também paralisem. “Já fizemos uma conversa com a patronal pedindo que eles entendessem o momento. É um dia de luta que pode mudar a vida de todo mundo”, argumentou o presidente do Secpel, Élvio Zanetti.
- O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Pelotas (Sindilojas), Gilmar Bazanella, explica que a posição, em todo o Rio Grande do Sul, é para os estabelecimentos funcionarem normalmente nesta sexta-feira, mas garante que a entidade não estaria orientada a inibir o movimento. “Imaginamos que ninguém vá punir indiscriminadamente os trabalhadores que acharem importante a paralisação”, destacou. Mas fez a ressalva: cada trabalhador deve ter a maturidade para assumir posições.
- Justiça do Trabalho: a realização de audiências e de sessões estará suspensa, assim como todos os prazos processuais e regimentais, inclusive do sistema de Processo Judicial Eletrônico. Os prazos ficam prorrogados para o próximo dia útil. As medidas judiciais urgentes serão atendidas em regime de plantão.
- UFPel: as aulas estão suspensas na Universidade Federal de Pelotas. A decisão foi tomada em assembleia geral dos professores na terça-feira.
- IFSul: não haverá atividades nos 14 campi do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul).
- Técnicos-administrativos e professores cruzam os braços em protesto às reformas.
- UCPel e instituições privadas: os docentes da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) decidiram aderir à Greve Geral, conforme orientação do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro). A paralisação nas instituições da Educação Básica dependerá de avaliação individual das equipes. “Mas estamos fazendo movimentos junto à direção das escolas para falar sobre este limbo de insegurança que estamos vivendo”, destaca o diretor da Regional do Sinpro, Marcos Kammer.
- Rede estadual e municipal de ensino: as salas de aula também devem permanecer vazias nesta sexta.
Confira também
Correios entram em greve: os trabalhadores dos Correios entraram em greve por tempo indeterminado, em todo o país, na noite da quarta-feira. Ainda não se sabe, portanto, como será a adesão em Pelotas. As ameaças de privatização e demissões, o fechamento de agências e o “desmonte fiscal” da empresa, com diminuição do lucro devido a repasses ao governo e patrocínios, são os principais motivos para a mobilização - enumera a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).
Transporte intermunicipal inalterado: o serviço vai funcionar normalmente nesta sexta-feira. A Ordem de Serviço 005/2017, da Diretoria de Transportes Rodoviários do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) foi revogada e tornou sem efeito a suspensão da circulação de ônibus, anunciada no começo desta semana. A confirmação foi feita na quarta-feira pela manhã pelo governo.
Participe das mobilizações!
* Manhã
- Um dos pontos de encontro será o calçadão de Pelotas. A concentração deve começar por volta das 9h.
* Tarde
- A partir das 13h: haverá atividades culturais próximo ao Chafariz das Três Meninas, no Calçadão.
- Às 17h: haverá ato público, junto ao largo Edmar Fetter. Além de manifestações ao microfone, deve ter início uma marcha por ruas da área central.
Articulação e acampamento em São Lourenço
A comunidade de São Lourenço do Sul voltou a se mobilizar. Desde a quarta, integrantes da agricultura familiar acampam junto às margens da BR-116, próximo ao trevo de acesso à RS-265. A expectativa é de que o movimento se intensifique a partir desta sexta-feira, com a chegada de novas lideranças.
Durante toda a quarta-feira, os manifestantes aproveitaram para abordar motoristas e distribuir material informativo sobre as ameaças que estão por vir com as reformas.
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