Energia

Eletrobras conclui venda da Usina Termelétrica Candiota 3

Movimento ocorre devido à meta da empresa de atingir marco zero de emissões de CO2 e representa esperança do Município em continuidade de operação

Foto: Divulgação - Ibama - Discussão para substituição da unidade vinha preocupando a comunidade

Último ativo de carvão mineral da Eletrobras, o complexo termelétrico de Candiota foi vendido por R$ 72 milhões à Âmbar Energia. A usina, que tem capacidade instalada de 350 MW, é responsável por aproximadamente 40% dos recursos do Município, gerando 500 empregos diretos e até cinco mil indiretos na região. Desse modo, a alienação atenua uma preocupação social e econômica em torno de uma possível suspensão das atividades.

A partir da privatização da Eletrobras, no ano passado, o futuro do empreendimento virou motivo de especulação em razão da nova política de redução de gás carbônico (CO2) e da meta de atingir a emissão zero do gás até 2030. Neste sentido, Candiota 3 representava cerca de um terço das emissões totais da companhia.

Entretanto, no meio da discussão pela substituição de termelétricas por fontes de energias renováveis e menos prejudiciais ao meio ambiente, há um Município em que grande parte da população e da economia depende da usina. Em funcionamento desde 2011, o prefeito de Candiota argumenta que não há motivos para o “preconceito” em torno da usina. Conforme Luiz Carlos Folador (MDB), as 12 estações de monitoramento da qualidade do ar, somadas a uma extração sustentável do carvão, garantem a preservação adequada do ambiente. “Cuidamos do ar, do solo e da água”, garante.

O gestor diz ainda que a venda da termelétrica é vista como uma operação positiva, já que ela deve ir ao encontro ao desejo de que a termelétrica continue em pleno funcionamento. “Eles [Âmbar Energia] pretendem continuar gerando energia até em questão da dificuldade do gás que vem da Bolívia. O nosso entendimento é que deva continuar gerando energia pela questão dos empregos das pessoas”.

Outro ponto envolvendo a termelétrica que precisará ser resolvido em breve é a renovação dos contratos de comercialização de energia, que vencem em dezembro de 2024. “Estamos trabalhando para renovar até 2050 nas mesmas condições atuais”, afirma Folador.

Incertezas da Usina

“O que dá segurança energética não são os renováveis, nem sempre temos vento e sol, uma das mais estáveis é a hidrelétrica, mas tem a crise hídrica. Energia constante e firme são as térmicas”, argumenta a diretora estadual do Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul), Maria Cristina da Silva.

 A representante diz que, apesar da manutenção dos empregos dos funcionários que atuam na cadeia energética ser uma boa notícia, a venda de Candiota 3 ainda gera muitas preocupações à categoria. “Não se tem uma visão clara ainda, a única coisa que se sabe é que foi a Âmbar que comprou, que os empregos serão mantidos, mas e o resto?”, questiona.

A preocupação se deve a questões que impactam diretamente o corpo técnico, como um acordo coletivo por vencer em 2024 e os imóveis em que os trabalhadores e suas famílias residem e que ainda pertenciam à Eletrobras. “Os empregos são a única luz que temos até dezembro de 2024”, projeta.

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