S.O.S. Saúde
Estado deve R$ 850 mil ao município
Valor corresponde ao atraso de cinco meses nos repasses mensais referentes ao Hemocentro Regional de Pelotas
Paulo Rossi -
Há cinco meses o Estado não efetua os repasses para custeio do Hemocentro Regional de Pelotas e já deve à prefeitura perto de R$ 850 mil (R$ 849.631,09), referentes a cinco meses de atraso. O banco de sangue atende diretamente 11 cidades com agência transfusional, sendo que o total da rede abrangida é de 27 municípios, pertencentes à 3ª e à 7ª Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs).
De acordo com o diretor do Hemocentro, Guilherme Bergmann, a dívida é relativa aos meses de março a julho. Considera que o atraso se justifica pela transição de gestão, pois o Hemocentro era ligado à Fundação Estadual de Produção em Pesquisa e Saúde, que no pacote do governo do Estado foi extinta. Passou então a ser vinculado diretamente à Secretaria de Saúde do Estado.
A prestação de contas de agosto e setembro ainda não foi encaminhada pela prefeitura para análise do Hemocentro, que confere e manda os dados para o Estado. O valor mensal gira em torno de R$ 160 mil e banca a folha de pagamento dos 48 funcionários, horas extras, diárias (para coletas em outras cidades), contas de luz e telefone. Toda a equipe é vinculada à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que paga os salários e depois é ressarcida, conforme convênio firmado com o governo estadual, explica a secretária Ana Costa.
O titular da 3ª CRS, Gabriel Andina, informa que os valores relativos aos meses de março e abril serão pagos em breve. Sobre o restante, ainda não tem conhecimento acerca do cronograma. A secretária Ana Costa deve ir a Porto Alegre na próxima semana para cobrar a dívida, o que, segundo ela, já fez outras vezes. "Mesmo que os repasses não estejam em dia, o município está honrando todas as obrigações", frisa o diretor do Hemocentro. Somente os valores relativos a janeiro e fevereiro foram depositados este ano.
Estoque está abaixo do necessário
Para suprir a necessidade de toda a região de abrangência, o Hemocentro precisa de 80 doações de sangue ao dia, mas tem conseguido 50. Segundo a coordenadora de captação, Gisele Pinto, durante o inverno o número de doadores cai, devido a gripes e resfriados. Atualmente o banco precisa de sangue dos tipos A e O, positivo e negativo. Para isso vai intensificar campanha, até porque o estoque geral está abaixo da necessidade.
Há pessoas que doam regularmente e que respondem por 40% do sangue estocado. Mas sem contar os cadastrados, a maioria doa apenas para reposição, porque um amigo ou parente precisa de transfusão. "Felizmente a população atende nossos chamados e tem aumentado o número de doadores voluntários", comenta Gisele. A camareira Tatiana Cunha, 45, doou pela terceira vez no Hemocentro nesta segunda-feira (25). "É importante doar. Cada um tem que fazer a sua parte", disse. Rita de Cássia Triber, 34, enfermeira, fez cadastro para doação de medula, o que também considera de extrema importância para salvar vidas.
Para doar sangue
- Apresentar documento com foto
- Ter entre 16 e 69 anos (menos de 18 tem de estar acompanhado de responsável)
- Estar com boas condições de saúde
- Pesar 50 quilos ou mais
- Não ir em jejum
- Ter passado de dois a três meses de parto normal e seis de cesariana
Horário de atendimento
- Para doação de sangue: de segunda a sexta, das 8h às 18h; e no primeiro sábado do mês, das 8h às 13h
- Para cadastro de doador de medula óssea: de segunda a sexta, das 8h às 18h; e no primeiro sábado do mês, das 8h às 13h
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