Problemas
Há quase cinco anos à espera de solução
Salão Milton de Lemos, do Conservatório de Música da UFPel, segue interditado; sonho é de que o restauro do piso de madeira ocorra a tempo de celebrar o centenário, em setembro de 2018
Carlos Queiroz -
Não há previsão de início das obras. Muito menos de receber recitais. Às vésperas de completar cinco anos interditado, o Salão Milton de Lemos - da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) - segue com as portas cerradas ao público. No palco, os acadêmicos reúnem-se apenas para ensaio. As negociações entre a Reitoria e a direção do Sanep, para que a autarquia libere o térreo do sobrado na rua Félix da Cunha, também permanecem, mas parecem mais perto de consenso. Ainda que a solução para permitir o começo das obras não seja a definitiva.
Em contagem regressiva ao centenário do Conservatório de Música - a ser celebrado em setembro de 2018 -, professores, funcionários, alunos e comunidade não deixam de sonhar com o restauro do piso e a revitalização do espaço. As madeiras ipê já estão inclusive compradas, como resultado do empenho da Associação dos Amigos do Conservatório, que investiu mais de R$ 36,7 mil para ajudar a viabilizar a obra e remover estragos de cupins onde o cenário deveria ser só de arte.
O projeto para o novo mobiliário também está pronto e permite buscar inspiração na disputada Sala São Paulo - contam a diretora Leonora Oxley Rodrigues e a servidora Eliane Brum Machado e não escondem o entusiasmo. E enquanto aguardam, ansiosas, pelo consenso, dão início à campanha para arrecadar fundos ao pagamento das 215 poltronas, que poderiam ser batizadas com o nome dos apoiadores. A preservação da qualidade acústica e os cuidados no tratamento da madeira, claro, sempre despontam entre as prioridades.
As negociações para permuta de prédios
A posição da Reitoria da UFPel - Um novo prédio foi apresentado à direção do Sanep, como proposta para a autarquia deixar o casarão na esquina das ruas Félix da Cunha e 7 de Setembro e garantir a permuta de imóveis entre prefeitura e UFPel. O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Otávio Peres, preferiu não revelar nem a área total do prédio, mas assegurou que a construção cumpre um dos principais requisitos apresentados pelo Sanep: é central.
“Queremos construir uma alternativa, visando à recuperação do Salão para o centenário”, destacou. E fez questão de enfatizar: “O Conservatório é superior às demandas das duas instituições”. Em respeito à história do Conservatório, que é inclusive anterior à fundação da própria universidade, a possibilidade de a restauração do Milton de Lemos ocorrer mesmo antes de se chegar a consenso também está em negociação - ressalta o pró-reitor. Seria necessário apenas definir horários para realização das obras para reduzir o transtorno causado pelos ruídos, já que para recuperar o piso do Salão não precisaria mexer na estrutura do forro do Sanep - apontou recente verificação no local.
A palavra da direção do Sanep - O diretor-presidente, Alexandre Garcia, garante que o governo será flexível na busca da solução. Um terreno às margens do canal São Gonçalo estaria entre os interesses da autarquia, considerada a importância de investimentos em drenagem, água e esgoto - adianta. A direção não será intransigente, ao exigir imóvel de aproximadamente 1,1 mil metros quadrados, para acomodar todos os setores que hoje funcionam na Félix.
Existe a possibilidade de o Sanep transferir a novo prédio apenas setores, como a própria direção. Os serviços de atendimento direto ao público poderiam permanecer na casa ao lado do sobrado, alugada há anos pelo Sanep. Precisariam ocorrer apenas reformas para aumentar o número de banheiros. São hipóteses, explica Garcia.
A realização do restauro do Salão Milton de Lemos, mesmo com o Sanep ainda no andar de baixo, também é cogitada - afirma, em sintonia com a nova gestão da UFPel. “É possível. É mais um ponto que está em debate.”
Ajude a mobiliar o Salão
> Os interessados em contribuir no pagamento das 215 poltronas podem fazer contato com o Conservatório de Música, no turno da tarde, pelo telefone (53) 3222-2562.
> O projeto já está pronto. Entre poltronas, mão de obra para instalação do mobiliário e transporte (de São Paulo), em torno de R$ 187,7 mil devem ser necessários.
> A UFPel irá custear as obras de restauro do piso.
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