História
Museu Oceanográfico celebra 70 anos de dedicação ao ambiente marinho
Programação especial marca o aniversário da instituição que foi pioneira na oceanografia gaúcha
Foto: Italo Santos - Especial - DP - Espaço mapeia parte da vida marinha no Oceano Atlântico, tendo também fins educacionais
O Museu Oceanográfico Professor Eliézer de Carvalho Rios, da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) completa, nesta sexta-feira, 70 anos de dedicação à comunidade, à ciência e, acima de tudo, aos cuidados e preservação da biodiversidade e do ecossistema marinho. O aniversário da instituição, que será marcado por atividades especiais neste fim de semana, celebra a história e legado do Museu para a comunidade.
O oceanógrafo e museólogo Lauro Barcellos, diretor do Complexo de Museus da Furg, destaca a importância e o pioneirismo da instituição no Estado desde sua fundação. “Esse museu foi pensado, há 70 anos, de forma que fosse um museu completo, com a retaguarda da ciência, e que fosse também capaz de popularizar a oceanografia. E ele manteve essa ideia inicial. Foi aqui que nasceu a oceanografia gaúcha”, reforça. Anualmente, cerca de 50 mil visitantes passam pelo local, que detém em seu acervo, por exemplo, a maior coleção de moluscos da América Latina.
Para além das exposições, o Museu também é responsável por atividades de ensino, pesquisa e extensão junto a estudantes da Furg, do ensino básico e da comunidade como um todo, atuando como agente de transformação e preservação do ecossistema marinho. “O conhecimento enriquece e modifica comportamentos, e a capacidade do museu em modificar o comportamento de cada pessoa é fundamental. Quando conseguimos sensibilizar uma pessoa para não jogar plástico na rua, porque ele vai para o mar e acaba com a vida marinha, já ganhamos um ponto”, reflete o diretor.
Uma cerimônia oficial e uma atividade de alfabetização científica com alunos da rede pública, na quarta, marcou o início das festividades, que continuam com show do artista Renato Borghetti no sábado e piquenique cultural no domingo. Barcellos destaca que a programação foi pensada para envolver a comunidade e reforçar o principal objetivo do Museu, que é a preservação do ambiente marinho. “Quem ama o mar, cuida do mar. Enquanto houver pessoas que amam o mar, haverá esperança do mar e do planeta serem salvos. São essas pessoas que são capazes de fazer alguma coisa”, finaliza.
Complexo de Museus
O aniversário do Museu Oceanográfico também marca o surgimento do Complexo de Museus da Furg como ele é atualmente. Hoje, há outros três, além de dois centros, fazendo parte do complexo. São eles: o Museu Antártico, fundado em 1997 e dedicado ao detalhamento da vida na Antártida; o Ecomuseu da Ilha da Pólvora, fundado em 1999 para mostrar o ambiente estuarino e aproximar a relação com a comunidade e, o mais recente deles, o Museu Náutico, criado em 2003 para mostrar a história do homem local e sua tradição marinheira.
O Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram) e o Centro de Convívio Meninos do Mar (CCMar) completam o grupo de instituições do complexo. Enquanto o CCMar trabalha com jovens em vulnerabilidade e já formou mais de 4,5 mil jovens desde sua fundação em 2008, o Cram, unidade que reabilita cerca de 400 animais por temporada, completou 49 anos e é referência na recuperação de animais marinhos no Brasil. “O Cram tem tudo a ver com a história do Museu Oceanográfico estar completando 70 anos. Justamente pelo Museu ter se tornado referência no cuidado com a biodiversidade marinha, a própria comunidade, na década de 70, se deparava com esses animais precisando de cuidado e chamava o Museu. Foi a gênese desse trabalho, porque ainda não se falava em reabilitação de animais marinhos no Brasil”, comenta a oceanógrafa e coordenadora do local, Paula Canabarro.
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