Dias antes do embarque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a China - a sua primeira ida à Ásia neste terceiro mandato - o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, deu uma notícia animadora para o setor: o fim do embargo chinês para a carne bovina produzida no Brasil. A decisão, segundo a pasta, vale para animais abatidos no País a partir desta sexta-feira (24).

Importante parceira comercial, a China - assim como também fizeram Tailândia, Irã e Jordânia - suspendeu as importações desta proteína animal no início do mês, após a identificação de um caso de vaca louca ocorrido no Pará, no final de fevereiro. Na época, laboratórios internacionais já apontavam que a doença que acometeu o animal era algo atípico, com chances mínimas de contaminar o rebanho no local. O que foi confirmado na quinta-feira (24).

Sem essas arestas para serem aparadas, Lula terá poderá manter o foco em tentar reestreitar laços com o principal parceiro comercial do País desde 2009. Somente no ano passado, os chineses importaram quase US$ 90 bilhões em produtos brasileiros, e exportaram mais de US$ 60 bilhões para cá. O volume comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país, em 2004. E para mostrar todo o comprometimento agro brasileiro com a China, mais de cem empresários do setor farão parte da comitiva nacional.

A pauta bilateral também vai contemplar encontros com o presidente chinês, Xi Jinping, com o Primeiro-Ministro da China, Li Qiang, e com o Presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji. Discussões sobre turismo, investimentos, e sobre os programas brasileiros de combate à fome, proteção ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável vão fazer parte da agenda presidencial em Pequim.

Ainda que a decisão pelo fim do embargo tenha sido 100% técnica, sem relação com a visita do presidente brasileiro, ela pode ser um facilitador para as negociações entre os dois países a partir desta segunda-feira, data prevista para a chegada de Lula a Pequim.