Greice da Silva Carvalho
Abuso infantil: importância de debater para combater
Greice da Silva Carvalho
Coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Estácio-RS
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Não é incomum atender dentro do consultório mulheres adultas que relatam ter sido abusadas por anos e anos ou mesmo em uma situação específica por parentes, amigos, vizinhos, quando eram crianças. Também, infelizmente, não é incomum ouvir que contaram para alguém e a pessoa adulta, aquela escolhida para relatar algo tão importante, não acreditou que aquela violência havia acontecido. No Brasil, a cada 15 minutos, uma criança sofre violência sexual e 51% dos casos são praticados com crianças de até cinco anos.
Este é um tema delicado, difícil e muito importante de se falar. Por isso, discutir e difundir em todas as faixas etárias é fundamental. Desde pequenas, as crianças devem saber que há uma diferença entre carinho e toques que não são permitidos, que podem machucar ou extrapolam os limites. Conscientização é a chave para podermos modificar a situação e proteger.
É necessário falarmos com cada criança e adolescente, dentro do entendimento de cada etapa do desenvolvimento. É importante lembrar que a criança demonstra de muitas formas, nem sempre verbalizando, porque para ela também é confuso, pois, em muitos casos, vem de um adulto de sua confiança.
A precaução, neste sentido, não é exagero ou excesso de zelo! Se há uma desconfiança, é preciso buscar atendimento para lidar com o abuso, que nem sempre é só o ato consumado de fato, mas tantas outras formas, como toques e olhares. Esse atendimento muitas vezes precisa ser realizado não só com a criança que foi abusada, mas também com o adulto que vai cuidá-la. Os adultos que vão dar conta da situação precisam estar bem orientados e com um bom suporte.
Mas afinal, como proteger os pequenos? Então não posso confiar em ninguém? O que mais importa e é relevante nestas e tantas outras inquietações é ouvir, perceber e acreditar na criança, não normalizar os processos e muito menos achar que é impossível de acontecer. Trabalhar a prevenção é fundamental! E em casos de situações já ocorridas, buscar auxílio e atendimento é imprescindível para que a criança ressignifique os processos e consiga lidar da melhor maneira possível.
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