Artigo

Autonomia pedagógica é a arma para vencer a censura na internet

Por Neiff Satte Alam - Biólogo, professor de Biologia e especialista em Informática na Educação

[email protected]

A veiculação de informações sempre foi controlada para que o conhecimento resultante dos diferentes significados dados a estas informações não chegassem à população, afastando-a do poder que o conhecimento pode dar às pessoas quando se apropriam dele.  
Considerando que a informação isolada não tem significado, já o conhecimento quando processado e avaliado produz atitudes, valores e juízo moral, isto é, transforma-se em saber. Entende-se que a informação deve utilizar conhecimentos prévios para que seja absorvida e que passe a ter sentido.
Esta sequência informação/conhecimento/informação é a única forma de termos um horizonte de evolução que fomente uma humanização crescente e ética.
A rapidez com que qualquer informação circula pelo mundo e o número fantástico de pessoas atingidas por estas informações têm causado conflitos entre os que antes dominavam a difusão destas e os milhões de usuários que em segundos, simultaneamente e em qualquer ponto do Planeta acessam-nas e as transformam em conhecimento segundo suas bases culturais ou simplesmente as utilizam sem muitas vezes analisar os conteúdos disseminados.
É exatamente neste momento que precisamos utilizar a poderosa arma chamada Escola. É nas escolas que precisamos resolver estas questões através de uma pedagogia que preserve a autonomia do aprendiz, ensinando-o a desenvolver um pensamento não-linear, onde se busca uma tarefa individual de um encontro com uma forma de pensar em rede, não em linha e principalmente livre de imposições ideológicas e/ou políticas dos professores e aprendendo a dar significado às informações e, por consequência, construindo seu conhecimento com liberdade e, reforçando, autônomo; também na escola, com auxílio dos professores, desenvolver uma capacidade de refletir sobre ações passadas, sobre ações do presente e ações futuras, contextualizando informações e conhecimentos estruturando um saber sólido; dentro de uma visão de complexidade, saber interligar conhecimentos sem prejudicar a essência destes e formar um conhecimento mais amplo que, respeitando cada conhecimento interligado, aprenda a importância da democratização destes conhecimentos sem discriminar, mas convivendo com as diferenças ideológicas/culturais.
Embora a Escola demore a interagir com o novo, é o ambiente onde esta revolução de pensamento deverá ocorrer. O próprio professor deverá se reinventar, utilizar estas novas tecnologias a seu favor, transformar a escola em uma área de saber e de trabalhar estas informações planetárias em conhecimento.
Deve-se ressaltar que o que oprime o aluno é não entender que uma pedagogia com autonomia educando/educador é que nos levará a uma capacidade de bem utilizar as novas tecnologias de informação e comunicação e, principalmente, nos separar dos que se utilizam da internet para disseminar informações falsas e/ou sem sentido daqueles que usam a rede para construção de conhecimento, mas o que conflita é não saber o que fazer com este fantástico volume de informações.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Calúnia de papel crepon

Próximo

Uma pornografia nada pornográfica

Deixe seu comentário