Editorial

Entendimento promissor

Em meio a um cenário onde o que pensa um chefe de Poder Executivo sobre determinado tema raramente coincide com a prioridade de seu homólogo de outra esfera federativa, é positiva a notícia de que a reunião entre o governador Eduardo Leite (PSDB) e o ministro dos Transportes de Lula (PT), Renan Filho, teve como resultado boa sintonia quanto às prioridades da gestão tucana gaúcha e os investimentos a médio prazo no radar da administração nacional petista. Conforme o que foi tratado na terça-feira em Brasília, a previsão é de um aporte na casa dos R$ 8 bilhões ao longo de quatro anos em obras de infraestrutura.

Como recomenda a sabedoria popular, “gato escaldado tem medo de água fria”. Logo, quem não se deixa levar por anúncios otimistas e, principalmente, convive permanentemente com o não cumprimento de grande parte das promessas - ao menos dentro do tempo estipulado -, sabe que é preciso estar sempre vigilante ao que de fato será executado. Contudo, mesmo com essa vírgula, há que se dar um voto de confiança a compromissos firmados publicamente por autoridades como um governador e um ministro de Estado em representação do presidente. Até para que possam ser feitas as devidas cobranças.

A congruência entre as obras que o Rio Grande do Sul pleiteia e o Palácio do Planalto irá financiar é, acima de tudo, motivo de esperança para a Zona Sul do Estado. Isso porque aparecem reivindicações históricas da região. Além da conclusão da duplicação da BR-116 (que se arrasta por uma década), estão nessa lista de investimentos federais a duplicação do lote 4 da BR-392, no acesso ao Porto de Rio Grande, a construção da tão sonhada ponte entre aquele município e São José do Norte e, ainda, a construção de uma nova travessia conectando Jaguarão à uruguaia Rio Branco. Todos empreendimentos incontestavelmente fundamentais para potencializar a capacidade de desenvolvimento de todo o extremo sul gaúcho.

Se ontem, neste mesmo Editorial, foi necessário haver o registro da desqualificação e condenável incapacidade de diálogo e produção de consensos mínimos entre os parlamentares do Congresso Nacional, hoje é justo que se faça o reconhecimento de uma conversa em alto nível entre governos estadual e federal. Tucanos e petistas. Adversários há décadas no campo político-eleitoral, mas que conseguiram colocar o que os une - a necessidade de soluções para milhões de gaúchos - à frente das diferenças que os distanciam. Um entendimento promissor, sobretudo para a Zona Sul. Nada impossível quando se faz política de verdade.

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