Opinião

Final pelotense - 1997 (Juvenil)

Nos anos 1990, o futebol de salão estava no ápice e a cidade de Pelotas tinha o prazer em formar ótimos jogadores. Não à toa que o seu reconhecimento atravessava todos os cantos do Estado.

As equipes de Pelotas sempre colecionaram títulos: APE, Brilhante, Paulista, Cruzeiro, AABB, Esporte Clube Pelotas, Grêmio Esportivo Brasil e mais tarde UCPel, ditavam o ritmo e as glorias do esporte da bola pesada. Foram jogos fabulosos, histórias que ainda ecoam no tempo. Personagens de um período que dificilmente voltará: Cenourinha, Zé da Sauna, Barreto, Argeu, formavam alguns nomes folclóricos dos bastidores. Grandes treinadores faziam das "tripas coração" para que suas equipes estivessem sempre no auge. Leon Dode, Votto, Alfredo, João Gusmão e outros tantos fizeram e ainda fazem pelo futsal pelotense. Aqui, também me permito relembrar dois ótimos presidentes: Vanderlei Oliveira e Renê revolucionaram APE e AABB, respectivamente.

O ano de 1997 foi atípico para o salonismo; jamais se imaginaria que duas equipes juvenis de Pelotas poderiam protagonizar uma final de Campeonato Estadual. Diferentemente dos atuais dias, no passado, as competições pareciam mais organizadas. Tínhamos Caxias do Sul com Vasco e Juventude, a tradicional cidade de Carazinho com a Sercesa, Passo Fundo com a UPF e Pelotas com AABB e Brilhante. Obviamente que havia outras bandeiras por todos os cantos de um Estado que já foi considerado o melhor no esporte.

Em meio ao Estadual daquele ano, AABB e Brilhante disputavam outras competições: a AABB se sagrava Campeã Citadina Adulta com seus meninos do Juvenil. Uma campanha irretocável e promissora, pois grandes jogadores como Felipe Müller, Traíra, Binho e Humberto, faziam parte de times tradicionais da cidade, dando a devida importância para a seus elencos. Já o Brilhante representou a cidade na Taça Brasil de Futsal Juvenil, ficando pelo caminho a classificação para as finais. Na ocasião, o esmeraldino recebeu os jogos, e Juventude e AABB de Minas Gerais seguiram em frente.

Não havia dúvida: Brilhante e AABB, por toda bola que estavam jogando, estavam prontos para essa final. O primeiro jogo aconteceu na Alberto Rosa, ginásio da AABB. Centenas de pessoas não conseguiram entrar para ver o espetáculo. A AABB saiu na frente, mas não conseguiu segurar o resultado e foi derrotada por 4 a 3. No segundo jogo, disputado no Clube Brilhante, só restava a vitória para a AABB no tempo normal e também na prorrogação. Todavia, o time de Leon Dode conseguiu segurar os comandados de João Gusmão e o empate por 3 a 3 deu o merecido título aos meninos da Pinto Martins.

Naquele dia o Diário Popular publicou uma matéria sensacional, com uma foto no centro da quadra de todos os atletas. Ter dois times da mesma cidade disputando a final de um dos campeonatos mais importantes do País era para poucos. Grandes jogadores estavam ali; Homero, Dudu, Artur, Paulinho "negão", Cristiano, Tiaguinho, Jorginho (RG), Vini (RG) e esse amigo que vos escreve foram alguns dos nomes anilados. Didi (destaque nas finas), Tibita, Rafael Almeida, Gabriel Dias (seleção brasileira), Pastel, Fábio Borba, Fufo, Mauro e Eglandson estavam entre os campeões. Foi um ano de 1997 vencedor para um esporte que sempre deu alegrias para seu povo. Inúmeros foram os jogadores que desbravaram outras cidades, Estados e países atrás de um sonho de "ser jogador".

Guardo lindas recordações do futebol de salão. A determinação de uma geração foi decisiva para um processo vencedor.

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