Rubens Amador
Marechal de campo Erwin Rommel
Rubens Amador
Jornalista
Passados hoje quase 80 anos da Segunda Guerra, enquanto muitos marechais de Hitler perderam em estatura histórica, a de Rommel só cresce. Erwin Rommel era um soldado profundamente admirado, tanto por seus comandados quanto pelos adversários. E isto se deve à sua competência, carisma e fidalguia. O grande marechal inglês Sir Montgomery tinha o seu retrato no posto de comando, quando no front.
Rommel era um tático e comandante soberbo, considerado como soldado de clara clarividência e convincente visão de estratégia e logística, e de um toque seguro e equilibrado para grandes operações. Embora operasse frequentemente em desvantagem, incluindo recursos inferiores aos de seus adversários, como falta de superioridade aérea e serviços de informação e contrainformação à altura dos meios ultra-secretos dos Aliados. Foi brilhantemente bem sucedido no ataque e notavelmente fértil em recursos de defesa.
Foi homem de boa e má sorte. Ferido gravemente por mais de uma vez, pregava que só havia bons soldados quando o seu comandante supremo se expusesse como eles. Evidentemente que um homem deste gabarito era visto com interesse pelos conspiradores de um atentado a Hitler, principalmente porque Rommel jamais foi nazista, política não o interessava. Era tão somente um soldado. Provinha da classe média, não de uma casta bem nascida. O grande marechal foi cadete, cabo, sargento, até obter sua patente de oficial na Academia Militar de Danzig. Hitler, também na opinião de Rommel, já perdera a guerra e estava levando a Alemanha à total destruição.
Foi fácil integrar-se na grande conspiração que levou ao último atentado contra o führer. Como estava permanentemente no front, ficou acertado que assim que fosse consumado o atentado, ele viria para assumir a chefia de um governo que, imediatamente, procuraria negociar um armistício com os Aliados ocidentais, apesar de, em Yalta, ter ficado acertado entre Roosevelt, Churchill e Stalin que só aceitariam rendição incondicional! Quis, porém, o destino que três dias antes da tentativa de eliminar Hitler, dia 17 de julho de 1944, Rommel fosse gravemente ferido quando dois aviões ingleses metralharam e destruíram o carro em que viajava. O veículo despedaçou-se em uma vala à beira da estrada, o marechal foi cuspido do assento, sofrendo fratura na base do crânio, além de três outras, e estilhaços no rosto.
A Gestapo e a SS faziam prisões sobre o fracassado atentado. Severamente interrogado, um dos principais conspiradores, von Stüpnagel, em delírio, mencionou o nome de Rommel, e implicou o militar. Em 7 de outubro foi chamado a Berlim, mas recusou-se, alegando razões médicas. Uma semana depois, dois generais chegaram à sua casa. Deram-lhe, sem mais delongas, a opção de ser submetido a julgamento por alta traição ou cometer suicídio. Se escolhesse esta última, nenhuma medida seria tomada contra sua esposa e filho. Rommel vestiu-se e entrou imediatamente no carro no meio dos dois generais. Durante o percurso, com dignidade, engoliu uma cápsula de veneno e, meia hora depois, de um hospital em Ulm, chegou um telefonema comunicando sua morte por embolia. Hitler eliminara a única personalidade na Alemanha que gozava de suficiente estima popular e militar para tentar pôr um fim à guerra. O corpo foi incinerado, a fim de evitar-se possível incriminação posterior no tocante ao envenenamento, e Rommel recebeu um funeral de estado. Hitler disse, pessoalmente, a Frau Rommel que mandaria construir um monumento esmerado na sepultura do marido. O sepultamento deu-se em Herrlingen.
No dia 7 de março de 1945, o Terceiro Reich de Hitler começou a esboroar-se. Dois meses depois, o mundo comemorava com júbilo o fim da Segunda Guerra Mundial. Era o dia 8 de maio de 1945!
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