Eduardo Allgayer Osorio

Você quer que a vida continue como está?

Eduardo Allgayer Osorio
Engenheiro agrônomo, professor titular da UFPel, aposentado
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Pessoas insatisfeitas costumam ansiar por mudanças. Outras gostam da vida que levam e preferem manter-se na zona de conforto em que vivem. Contudo, queiramos ou não, mudanças estão sempre acontecendo, algumas de forma gradual, outras abruptamente.

O Cosmo, que abrange toda a matéria, a energia e o tempo, não é estático. Como uma entidade dinâmica que é transforma-se a cada momento, expandindo os seus tecidos em direção ao grande vazio, carregando consigo todas as galáxias e demais estruturas cósmicas cujas conformações diferem muito umas das outras.

Desde que nascemos vemos o nosso corpo sofrer alterações sequenciais em suas estruturas física, emocional e cognitiva, num processo dinâmico de formação dos órgãos e de conformação da mente, com permanente regeneração das células que compõem cada parte (as células da pele que cobre o nosso corpo são todas substituídas a cada 30 dias). Com o passar do tempo permanecemos a mesma pessoa, mas nunca igual ao que éramos no momento anterior.

Os dias passam, mas nenhum é igual a outro, precedente ou futuro. Só o que não muda é o conceito de que "tudo muda". Segundo o filósofo Heráclito de Éfeso, "nada permanece a mesma coisa. Uma mesma pessoa não pode entrar duas vezes no mesmo rio pois tanto ela quanto o rio estarão diferentes no momento seguinte ao do banho anterior".

A cada momento aportam no nosso cérebro novas informações que deslocam outras guardadas nas redes neurais de pouco uso, armazenando nelas um novo conhecimento. E dependendo do que restar guardado na mente, cada ocasião vivenciada promoverá um estado emocional peculiar, desencadeador de uma reação diversa de outras anteriormente tidas. Se tudo muda, surge a questão: Como encarar a mudança?

Cada nova mudança oportunizará usufruir algum crescimento pessoal. Enfrentar desafios predispõe a repensar os valores, crenças e prioridades até então assentidos. Novas ideias e diferentes perspectivas alargam o horizonte, ampliam capacidades e habilidades, tornando-nos mais flexíveis e adaptáveis no modo de pensar e na forma de comportar-se. Abrir-se a outras experiências oportuniza trilhar novos caminhos e usufruir novas paixões, ampliando a compreensão do mundo, defendendo-nos de padecer com sentimentos negativos, como os de tédio e de estagnação.

Mudanças também podem favorecer o relacionamento com terceiros, reduzindo a ocorrência de conflitos pela construção de novas conexões interpessoais, mais fortes e profundas, baseadas em experiências compartilhadas. Incitam novas formas de reagir às exigências da vida, conciliando propósitos, anseios, ambições e ímpetos com os arraigados caprichos, manias, ímpetos e devaneios até então experimentados.

Aceitar a mudança pode trazer benefícios. Resistir a ela pode levar à frustração e à perda de oportunidades.

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