Editorial

Mudanças de cultura

Faltam dez dias para o Natal, pouco mais de 15 para 2023 se ir e, repetindo a abertura do Editorial de ontem, é época de reflexão, sobre o passado, sobre o presente e sobre o que almejamos para o futuro. Desde ontem, o Centro de Pelotas está iluminado, pessoas sorriem nas filas do comércio comprando presentes para demonstrar carinho por seus amores e, de quebra, as ações solidárias têm um salto expressivo.

No entanto, essa cultura alegre e de paz não necessariamente se reflete num geral ao longo do ano. Não são raras as reportagens do DP sobre famílias com necessidades, projetos sociais com cintos apertados, entidades assistenciais com armários vazios, entre tantas outras questões. A solidariedade não pode ser sazonal, mas na prática, acaba muitas vezes sendo. Salvo exceções, é possível ver apoio massivo e gritante aos necessitados em épocas específicas, como agora, ou diante de tragédias, situações de emergência, entre outros.

Além da solidariedade, a coletividade poderia ser um tema mais recorrente na hora de se cobrar mudanças culturais. Só essa semana, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pelotas divulgou duas notas que dão conta disso: a primeira é o nível crítico dos estoques do Hemocentro, uma mudança social que não conseguimos implementar. Em uma conversa geral, todo mundo costuma dizer que tem vontade de doar mas não sobra tempo, que doou mas faz tempo que não vai, entre outros argumentos. O que falta para fazermos como alguns raros outros cidadãos e colocar esse ato tão simples como rotina? É meia horinha de um dia a cada três ou quatro meses!

A segunda nota da Prefeitura é uma bastante recorrente: limpeza dos espaços públicos. Tema de reportagem recente do DP, o laguinho da Coronel Pedro Osório estava caótico. Agora, o Sanep limpou. Como faz com os canais, constantemente, para evitar problemas de macrodrenagem, que causam alagamentos. No entanto, é também rotina que no dia seguinte voltem sacos de lixos e restos de móveis, pneus e até coisas maiores às suas margens o que, na próxima chuva intensa, vai causar novos congestionamentos do sistema e, por consequência, alagamentos.

Uma mudança cultural passa por um pensamento diário no sentido de "o que eu posso fazer para tornar o mundo melhor?". Por vezes, cinco minutos de reflexão por dia já ajuda a deixar a vida do próximo um pouco melhor.


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