Marcelo Oxley
Sob pressão! Senão, não viria
O Rio Grande do Sul, há mais de uma semana, atravessa uma de suas piores crises causadas pelo clima. As regiões Norte, Serra e Vale do Taquari estão entre as mais afetadas. Muçum, Roca Sales, Cruzeiro do Sul, Lajeado, Estrela, Mato Castelhano e Ibiraiaras aparecem como as cidades mais devastadas pelo ciclone. O número de vítimas já ultrapassa 45 e pode aumentar, lamentavelmente, porque ainda existem desaparecidos.
Em meio ao desastre, o povo gaúcho tem se mostrado solidário. Diversos locais fazem a arrecadação de doações dos mais variados itens e a população em geral faz a sua parte. Além do grandioso gesto, centenas de voluntários estão nas cidades citadas realizando a limpeza de ruas e casas, cozinhando, prestando informações e à disposição das autoridades que também prestam um trabalho espetacular, assim como o governador do Estado, Eduardo Leite. Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e algumas prefeituras são um dos locais que podemos deixar a nossa contribuição.
Porém, o nosso estimado presidente da República, Lula, não se fez presente nessa tragédia. Os rumores de sua ausência são os mais comentados, mas prefiro ficar com a dor de sua derrota presidencial nos dois turnos, não apenas no Rio Grande do Sul, mas também na Região Sul. Ele preferiu mandar, ao apagar das luzes e somente sob muita pressão, o seu vice, Geraldo Alckmin. Sua frieza só não foi maior do que a "nossa" primeira dama, Janja, que deslumbrada mandou recadinhos por suas redes sociais. Vale lembrar que em 2010 Lula cancelou sua ida a reunião do G20, pois o Nordeste atravessava por fortes chuvas.
O que pensar de Janja? Deixo aqui uma breve reflexão. Ela me parece uma adolescente deslumbrada com cada país que visita, desfilando com roupas luxuosas, em hotéis caríssimos e uma postura triste, pueril e ridícula para um Brasil que passa fome. Acredito que ela gostaria de ingressar no quadro "global" de atrizes. Além do mais, sua intromissão em assuntos que não competem ao seu "cargo" causa repulsa e vergonha à nossa bandeira. Por último, em meio às mortes no Estado, pousou na Índia, onde a vaca é sagrada, dizendo que estava pronta para dançar, salivando um contexto desonesto com os desabrigados e de quem está lá, trabalhando noite e dia: "me segura, que eu já vou sair dançando", disse Janja em solo indiano. Logo após, apagou o seu vídeo, não se desculpou ou tampouco se mostrou prestativa com a situação daquelas pessoas.
Será que existe uma alma que acha correto o que ela fez? Ou, o pouco caso do presidente com o cidadão gaúcho? Por favor, deixem de lado a polarização. Vamos fortalecer e exercitar a nossa capacidade de ajudar o próximo.
Porque Lula não gosta do solo de Getúlio Vargas e João Goulart, presidentes da mesma nação que lhe dá o atual posto? Porque ele não simpatiza com a Terra da Xuxa, sua fiel escudeira que o fez ferrenha campanha política? O Rio Grande do Sul de Taffarel e Dunga, que nos deram o Tetra Mundial? O Estado de tradições pujante e povo trabalhador, que, aliás, produz boa parte da alimentação que vemos em nossas mesas?
O povo gaúcho merece respeito. Independentemente se a vitória nas urnas não veio, o nosso maior representante deveria nos tratar de forma idêntica aos demais Estados. Um "pai" não deveria deixar de lado um "filho". Mesmo entendendo que utilizar a expressão "pai" seja um pouco demais.
Sua retratação não deve vir somente em forma de dinheiro (extremamente importante nesse momento), mas que qualquer presidente faria. Ele deve, urgentemente, estar presente no máximo de locais afetados. Do contrário, seguirá não nos representando.
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