Eduardo Ritter

Um Natal e Ano Novo com muitos livros para todos

Por Eduardo Ritter
Professor do Centro de Letras e Comunicação da UFPel
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Em outubro, quando completei 41 anos de vida, contei aqui nesta coluna que nas últimas datas festivas em que as pessoas costumam receber presentes eu havia aberto mão de livros para pedir coisas como quilos de carne, litros de gasolina, cerveja e vinho, entre outros utensílios de sobrevivência que durante o governo Bolsonaro atingiram preços dignos de serem presentes de aniversário e de Natal. No entanto, as eleições de 2022 fizeram ressurgir a esperança de sairmos deste atoleiro econômico, social e humanitário e, a partir de seu resultado, decidi me aventurar novamente nos presentes literários.

Sei que ainda tenho aqui alguns livros que estão me esperando para serem lidos, como A vida cabe em um fusca, do Nauro Júnior, e Pornografia, de Witold Gombrowicz, mas no momento estou focado na produção do meu quarto livro que deve sair ainda no primeiro semestre de 2023. E como esta produção fez com que eu tivesse que ler diferentes livros sobre outros assuntos, além de pesquisa bibliográfica e documental, estas leituras acabaram furando a fila. De qualquer forma, neste ano, quando minha mãe veio me perguntar o que eu iria pedir para o Papai Noel materno dias atrás, eu mandei a crise econômica para o espaço e respondi: um livro.

Então, lembrei de uma obra que faz muito tempo que gostaria de ler, mas que acabei adiando em vários momentos até ela ficar praticamente esquecida. Porém, no segundo semestre deste ano, quando ministrei a disciplina de Estudos Literários 2, um grupo de alunos e alunas apresentou um seminário sobre o jornalista e escritor Gay Talese e, com essa apresentação, tive acesa novamente a vontade de ler o tal livro, intitulado O voyeur. Essa narrativa, lançada por Talese em 2016, foi uma das poucas publicadas por ele em formato de livro que eu ainda não li. Como já comentei aqui em outras oportunidades, considero Talese o melhor escritor da geração que ficou conhecida por praticar o New Journalism dos anos 1960 e 1970 (excetuando o Gonzo de Hunter Thompson), e o livro O voyeur, publicado no Brasil pela Companhia das Letras, acabou ficando para trás na minha infindável e volátil lista de livros que pretendo ler antes de morrer.

Tomada a decisão, escrevi minha carta para o Papai Noel pedindo uma edição usada que o bom velhinho pode encontrar bem baratinho em sites de sebos, como a Estante Virtual e afins. Vou esperar, após a ceia de sábado à noite, o dito cujo entrar pela chaminé e deixar meu presente literário embaixo da árvore de Natal que a minha mãe montou aqui no litoral norte do Estado.

Por fim, encerro esta coluna desejando um Feliz Natal e excelente 2023 para todos os leitores e leitoras. De minha parte, volto a escrever neste espaço apenas em fevereiro, pois enquanto vou dar um descanso para o nobre leitor, estarei trabalhando na produção do livro que pretendo concluir a tempo dele ser inserido nas cestas de Páscoa pelo coelhinho lá por abril. Até lá, vou me inspirando em obras literárias de outros autores, pois este é um universo de infinitas possibilidades.​

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